Amargura, ah! Esse veneno...

"Guardar mágoa é o mesmo que tomar veneno e esperar que o outro morra."

“Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem.” Hebreus 12:15

Amargura, segundo o dicionário Houaiss, é:

1. Sabor amargo, amargor Ex.: a a. do jiló
2. Derivação: sentido figurado.   padecimento moral; aflição, angústia, tristeza Ex.: a a. da solidão
3. Derivação: sentido figurado.   propriedade ou característica de severo, de áspero, de intransigente; azedume, acrimônia Ex.: censurou o filho com a.

A amargura corrói a vida, a alegria, ministérios, relacionamentos, amizades,  e mais casamentos acabam por amargura do que por outros motivos bem sérios.

Claro que ninguém fica amargurado a toa. A mágoa, normalmente é fruto de feridas, de uma situação aflitiva, humilhante, que provoca dor.

Já a amargura, é fruto da falta de perdão. Fruto de histórias guardadas em gavetinhas emocionais que são, de tempos em tempos, abertas, relembradas e até cultuadas.

Por que as mágoas viram amarguras? Havendo, ou não, reconhecimento de erro por parte do ofensor, o nosso papel é perdoar, porque isso libera a nossa vida, não a do outro.

Mas, o que muitas vezes acontece, é o ofendido querer vingança, querer ver algo acontecendo com o outro que lhe mostre que “Deus é justo”. Ora, Deus é Justo e Justiça, mas não é o capacho dos caprichos de ninguém.

Ou então, depois do perdão, o ofendido quer uma vida como era antes. E isso muitas vezes não acontece, não é possível, não é saudável. Então a pessoa começa a pensar, imaginar, arquitetar, falar, propagar a sua dor e sua amargura (aí já não é mais a mágoa).

A amargura provoca muitas enfermidades, mas basicamente problemas nas articulações. Artrites, artroses, dores nos músculos, inflamações nos nervos, dores nos ossos. Podem também surgir  pressão alta, dores de cabeça, insônia e outros sinais claros de que há algo apodrecendo dentro da pessoa.

Uma das piores consequências da amargura é a solidão. Ninguém quer ficar ao alcance de uma pessoa amargurada, porque ela contamina o meio com suas críticas, com acidez nos relacionamentos, com desconfiança. Aliás, a desconfiança é companheira do amargurado e por isso ele se isola.

A Bíblia nos diz em 1 João 2:11 “Mas quem odeia seu irmão está nas trevas e anda nas trevas; não sabe para onde vai, porque as trevas o cegaram.” 
Pessoas amarguradas não chegam a lugar algum. Nada presta, há um sentimento constante de perseguição, de ter sido injustiçado,  há uma desvalorização pessoal que é estendida às pessoas com quem elas convivem. Uma pessoa amargurada entra num círculo vicioso buscando o passado (antes de ser ferido), idealizado em sua mente como algo ideal.

Outro grande problema a ser enfrentado, e este eu considero um dos piores, é que o amargurado está tão voltado para a sua própria dor, seu direito, sua expectativa, que não percebe que está morrendo, enquanto o outro já está totalmente livre. O único caminho para esta pessoa é reconhecer o seu erro, a sua amargura, como pecado.

Novamente a Bíblia nos diz em que “Aquele que cobre uma ofensa promove amor, mas quem a lança em rosto separa bons amigos.”  Provérbios 17:9

É preciso viver e deixar viver. Fazer novos planos, novos amigos, nova vida, sem olhar pra trás, sem buscar algo quase impossível, que um vaso quebrado e colado fique perfeito como era antes.

Se você identificar em sua vida uma raiz de amargura, uma que seja, não espere virar uma grande árvore, corte-a agora.

Confesse a Deus como pecado e seja livre.