quinta-feira, 28 de julho de 2011

Por favor, estou pagando, quero meu vatapá sem pimenta!



Pois é, quem já foi a Bahia sabe, vatapá serve-se com pimenta, mas tem gente que só quer sem pimenta.
Tem outras coisas semelhantes, como querer um verão sem sol, ou então uma primavera sem pólen, isso porque cada um quer viver do jeito que gosta.
Falo isso por uma frase que reflete a realidade de muitas igrejas atuais.
“As pessoas fogem de pregadores que lhe levem a refletir sobre sua vida espiritual, suas práticas do dia-a-dia, e as palavras que emitem”.
Estas igrejas estão cheias de pessoas que querem uma igreja sem palavra.
Há palavra, mas não há Palavra.
Elas gostam dos encontros sociais, dos mostrar os modelitos chiques e bonitinhos que vestem, de desfilar seus filhos educadinhos e inteligentes, seus maridos bem arrumados. Gostam do louvor bem tocado, quase um show, do ritual quase medido à régua, e do silêncio na hora da palavra... que silêncio!
Mas elas não querem ouvir.
Fala-se muitas coisas e diz-se pouco.
 
As pessoas saem das igrejas e na 2ª feira já não há nada em seus corações do que ouviram no domingo, porque foram palavras vazias.
Poucos pregadores têm a coragem de falar sobre pecado, volta de Jesus, salvação, arrependimento. Já não se prega sobre caluniar, mentir, acusar em falso, apontar os dedos, fofocar, guardar mágoa, adulterar, roubar.
Prega-se aquilo que o público quer ouvir.
Aquela mensagem leve, cheia de palavras estrangeiras para mostrar cultura, com muitas referências a autores famosos, pra demonstrar saber, com citações de livros e homens mas pouco de Bíblia, de Jesus Cristo.
Em muitas igrejas os cultos poderiam ter um cardápio das mensagens do mês, o pastor já sabe hoje o que pregará nos próximos domingos, sem negociação, o Espírito Santo não pode mudar a idéia do pregador.
 
Aliás, o Espírito Santo é um caso à parte.
Ouvi num destes domingos uma ilustração muito esclarecedora:
“Certo pastor é convidado para pregar em uma igreja. Lá chegando o pastor da igreja lhe pede que não haja manifestações do Espírito Santo.
O pastor convidado olha para o pastor da igreja e lhe faz a seguinte pergunta: Se o senhor for jantar em minha casa e levar suas filhas, e ao chegar à minha porta eu lhe falar que o senhor pode entrar, mas suas filhas não, o que o senhor fará?
O pastor da igreja respondeu: eu não entraria em sua casa, porque se eu entrar, minhas filhas entram também.
O pastor convidado lhe disse: é assim com o Espírito Santo, não dá pra ter o Espírito Santo na Igreja e deixar manifestações de seu Poder do lado de fora”.
 
Falar em Espírito Santo, pensa-se logo,  é falar em línguas estranhas... que bobagem! Isso é o mais fácil, o mais simples de tudo quando o assunto envolve o Espírito Santo.
Uma pessoa cheia do Espírito Santo tem manifestações espirituais no seu caráter, na sua conduta pessoal, do dia-a-dia, no zelo com o seu nome, na maneira como trata seu cônjuge, seus filhos, sua vida financeira, seus empregados, sua empresa, seus parentes, os mais simples.
Uma pessoa que recebeu o batismo do Espírito Santo não fala em línguas, ele é a Palavra manifesta aonde vai. Ele atrai multidões para Cristo, não para ele mesmo.
Logo, falar em Espírito Santo nas igrejas é uma coisa altamente perigosa e revolucionária, pois necessariamente mudará as pessoas.
 
É fundamental que voltemos ao tempo em que havia conversões com choro, pelo reconhecimento do pecado. Quando os pastores pastoreavam todas as ovelhas, cobravam de forma igual (de ricos e pobres) uma mudança em suas vidas.
Um tempo em que ir à Igreja era consolador, importante, vital, dia esperado, especial para a vida das pessoas.
Precisamos voltar ao tempo em que o Espírito Santo falava quando queria e não quando permitimos. Um tempo em que exortar era sinônimo de trazer para perto, e não de enxotar.
Um tempo em que os pastores eram amados porque eram como pais e não adorados como mestres intelectuais.
Senhor, dá-nos igrejas que sirvam a comida que o Senhor determina, com o tempero que o Senhor escolher.
Uma igreja para todos, como estão, para que sejamos instrumentos para transformação de vidas.

Um comentário:

  1. QUE O O SENHOR DEUS, NOSSO PAI, CONTINUE, ATRAVÉS DO ESPÍRITO SANTO UNGINDO-LHE COM OUSADIA PARA PROFETIZAR O QUE ELE DESEJA PARA EXORTAÇÃO, CONSOLAÇÃO E EDIFICAÇÃO DA SUA IGREJA. UM GRANDE ABRAÇO, MINHA QUERIDA IRMÃ.

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