quinta-feira, 14 de julho de 2011
QUANDO FORES VELHA
William Butler Yeats
Quando fores velha, grisalha, vencida pelo sono,
Dormitando junto à lareira, toma este livro,
Lê-o devagar, e sonha com o doce olhar
Que outrora tiveram teus olhos,
e com as suas sombras profundas;
Muitos amaram os momentos de teu alegre encanto,
Muitos amaram essa beleza com falso ou sincero amor,
Mas apenas um homem amou tua alma peregrina,
E amou as mágoas do teu rosto que mudava;
Inclinada sobre o ferro incandescente,
Murmura, com alguma tristeza, como o Amor te abandonou
E em largos passos galgou as montanhas
Escondendo o rosto numa imensidão de estrelas.
William Butler Yeats nasceu 1865, na cidade de Dublin na Irlanda. Não apenas poeta, mas também dramaturgo, foi laureado com o Prêmio Nobel e Literatura em 1923. Sua poesia tem marcante raízes no folclore irlandês, assim como é bastante impregnada pelo misticismo. Sua obra, em geral, é também influenciada pela mitologia celta, tendo tido sua inspirada e inspiradora produção artística um papel fundamental no chamado renascimento irlandês. Ativista político, Yeats chegou a ser inclusive senador.
A cultura irlandesa assenta em fortes raízes celtas. Na cultura irlandesa, destacam-se os escritores Jonathan Swift e Oscar Wilde, para além dos quatro Nobel da Literatura: George Bernard Shaw, W. B. Yeats, Samuel Beckett e Seamus Heaney.
A poesia irlandesa representa a mais antiga poesia vernácula na Europa. Os primeiros exemplos datam do século VI, e são geralmente pequenas obras de poesia lírica, que abordam questões de carácter religioso ou naturalista. Eram muitas vezes compostas por escribas, à margem dos manuscritos iluminados que eles próprios copiaram.
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